terça-feira, 13 de março de 2012
Reportagem Jornal Hoje
A história da cidade de Nova York começa no século XVII. Era uma ilha, cercada de rios.
A urbanização começou ao sul, na ponta de Manhattan. A cidade crescia desordenada, com ruas se espalhando pelos quarteirões, até que os vereadores decidiram que era hora de organizar a ilha.
Em 1811, o novo projeto de Manhattan ficou pronto. Foi como se uma grade gigantesca tivesse sido instalada sobre a cidade, dividindo a ilha em avenidas e ruas. As avenidas ganharam números, de 1 a 11, da parte leste até a parte oeste. As ruas foram traçadas na horizontal, da rua 1 até a 155.
Os moradores logo se adaptaram à rigidez dos ângulos retos. Ficou mais fácil localizar o mercado de peixes, marcar encontros no cruzamento de ruas e avenidas.
Além de organizar a cidade, o projeto facilitava a circulação de ar, evitando doenças. Ao cortar a cidade em riscos verticais e horizontais, o plano era também baratear as construções. Assim vieram os prédios que arranham o céu.
Por outro lado, fazendas e montes viraram ruas planas. Tony Hiss, autor de livros sobre cidades e paisagens americanas, diz que morros foram destruídos e nascentes foram cobertas, destruindo a vegetação natural.
O Central Park não estava previsto no traçado das linhas e foi criado 50 anos depois. Cento e cinquenta e três quarteirões saíram da grade para dar espaço ao parque. “O Central Park respeitou a ideia de que as pessoas precisam de um espaço central para se encontrar, sentirem que fazem parte da mesma comunidade", diz Tony.
Este ano, a grade completa 200 anos. São 2.000 quarteirões, com indicações que facilitam o trânsito.
Uma das vantagens da geometria de Nova York, com essa distribuição de ruas e avenidas, é muito difícil se perder na cidade. Os ângulos retos tornam mais fácil a vida de moradores e turistas.
Mesmo assim, Manhattan ainda tem ainda lugares, como o West Village, que não respeitaram a grade. Onde quem quiser, pode ficar à vontade para se perder.
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